Sob o comando de Lênin, Trotski e demais bolchevistas eclodiu, em 1917, a Revolução Russa, a maior revolução proletária da história. No mesmo ano, foi promulgada a Constituição Política dos Estados Unidos Mexicanos, a primeira da história que atribuiu aos direitos trabalhistas a qualidade de direitos fundamentais e que garantia liberdades ao indivíduo e direitos políticos ao cidadão.
São Paulo também fervia em 17. Em julho, a cidade literalmente parou com a Primeira Greve Geral, influenciada, sobretudo, pelos ideais do anarcossindicalismo e do socialismo utópico.
Dois meses antes, não se sabe se prevendo o furor que se insaturaria no seio da classe trabalhadora ou se simplesmente por ser dotado de boas intenções – como deixa a entender a história oficialesca –, o industrial carioca Jorge Street, apelidado de “empresário socialista” e “poeta da indústria”, inaugurava no bairro do Belém, zona leste da Capital, a Vila Maria Zélia, a primeira vila operária do Brasil, idealizada para abrigar seus mais de dois mil funcionários da Companhia Nacional de Tecidos de Juta.
O nome era uma homenagem a sua filha, falecida dois anos antes.